segunda-feira, 28 de junho de 2010

ASAS E AZARES

de Paulo Leminsky

Voar com a asa ferida?

Abram alas quando eu falo.

Que mais que eu fiz na vida?

Fiz pequeno, quando o tempo

estava todo ao meu lado

e o que se chama passado,

passatempo, pesadelo,

só me existia nos livros.

Fiz, depois, dono de mim,

quando tive que escolher

entre um abismo, o começo,

e essa história sem fim.

Asa ferida, asa ferida,

meu espaço, meu herói.

A asa arde. Voar, isso não dói.

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P.S. Lendo este poema, parei por um tempo para pensar...

Por vezes encontro-me pensando na vida, e confesso que algumas vezes isso me leva a um determinado estágio que não sei definir qual é, nem o porquê disso.

Pergunto-me se isso seria um estágio da tristeza...

Assim fico por horas, às vezes dias...

Refletindo sobre esta vida, aliás, a única que conheço e faço questão de sabervivenciá-la, porque vivê-la é fácil, mas vivenciar cada momento,

cada ocasião que esta proporciona é o ápice de passar pela mesma.

Não quero apenas passar por este caminho incógnito e desmedido, quero estar pronta a cada tropeço para levantar e novamente seguir e para isso não bastam palavras amenas e gentis, é preciso muito mais, é preciso aprender e esse aprendizado vem também com as dores, creio que não aprendemos muito quando nos encontramos na plenitude das alegrias.

Se bem que é importante saber reconhecer essas alegrias na ocasião em que ocorrem, porque o depois é incerto e nem sempre nos convence.

Quero alcançar algo inatingível, o céu aberto que sentia antes das melancolias insistentes...

Quero estar na alvorada de cada dia radiante sorrindo para o sol e o abraçando incansavelmente.

Isso para mim chama-se vontade de viver cada vez mais, mas com certa paciência, que não é de hoje amiga da prudência, mas que paciência o que!

Quero é seguir e topar tudo pela frente, alegrias, dores e o que encontrar por aí!

Se tiver de recomeçar do zero, que venha o esforço sobre humano que está empírico no ser de cada um, esse esforço é que diferencia as pessoas umas das outras.

Arrisco dizer que é preciso então uma dose de tolerância para encarar o que chamamos de vida ou o que acontece nela...

Ser não basta. É preciso estar.

Por Carla Flores

( @CarlaFloresAdv )

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