Ama-me como eu sou
Sem me perguntar pelo antes de ti, por esses momentos meus, nublados, sem razão, pelo passado, em pedaços perdido nas viagens, - sem querer saber a história das tatuagens que marcam o coração...
Ama-me como eu sou
(para que perguntar?) - marinheiro que por tantos mares, inutilmente se procurou. . . e perdeu, com tão pouco talvez para te dar, mas tão pouco, tão eu...
Ama-me como eu sou
(e sê o que tu és: humilde, terna, boa,) - não queiras amarrar-me nem tolher-me nem ser sombra a seguir-me presa aos pés... Deixa-me livre, como um velho barco afeito às ondas pela proa e aos ventos, pelo convés...
Concede-me a solidão (que precisam da solidão os que foram do mar...)
Concede-me a solidão, nos meus momentos de zero, ou de temporal, em que caio em mim mesmo, como coisa inútil! e egoísta, e sofrido, só preciso de mim para voltar...
Sê o que tu és (humilde e boa, sempre disposta a se dar sem recompensas, alegre, toda vez que volto e atiro amarras para ficar) - feliz porque cheguei sem ter saudades sem deixar para trás nada mais do que mar...
Ama-me como eu sou
(não queiras mudar-me, amor, pois bem sabes que é tarde e já não há mais tempo) é o coração quem te diz, - abriga-me em teus braços, que eu neles renasço e vivo, que eu não sou senão um homem infeliz que ainda fazes feliz . . .
(Poema de JG de Araujo Jorge extraído do livro "Os Mais Belos Poemas Que O Amor Inspirou" )
(não queiras mudar-me, amor, pois bem sabes que é tarde e já não há mais tempo) é o coração quem te diz, - abriga-me em teus braços, Nossa amiga Que lindo!!
ResponderExcluirBeijos!