Herbert José de Souza, o Betinho (1935- 1997)

Pela vida cidadã

"Só a participação cidadã é capaz de mudar o país."


Herbert José de Souza, conhecido como Betinho, tornou-se reconhecido como sociólogo e ativista dos direitos humanos, sobretudo pelo seu projeto Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida. Mineiro de Bocaiúva, nasceu dia 3 de novembro de 1935. Assim como seus irmãos Henfil e Chico Mário, herdou da mãe a hemofilia.

Sua formação teve influência dos padres dominicanos. Participou da Juventude Estudante Católico e da Juventude Universitária Católica. Em 1962 fundou a Ação Popular. Formou-se em Sociologia em 1962. No governo de João Goulart, prestou assessoria ao Ministério da educação e defendeu reformas de base, inclusive a reforma agrária.

O golpe militar de 1964 e a ditadura o levaram a defender as causas sociais mas, com a repressão, exilou-se no Chile em 1971. Até 1973 assessorou o governo de Salvador Allende, quando refugiou-se na embaixada panamenha, escapando do golpe de Pinochet. Depois morou no Canadá e no México, período em que reforçou suas idéias sobre democracia e a incompatibilidade com o sistema capitalista.

Em 1979, a anistia o trouxe de volta ao Brasil, onde se dedicou à luta pela reforma agrária, organizando em 1990 ato de reivindicação, no Rio de Janeiro. Em 1981, junto com os economistas Carlos Afonso e Marcos Arruda, fundou a organização não-governamental IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas.

Em 1986, ao descobrir que contraiu o vírus da Aids em uma das transfusões de sangue a que se submetia freqüentemente, criou movimentos em defesa dos direitos dos portadores do vírus. Seus irmãos, Henfil e Chico Mário também morreram em 1988, em conseqüência da doença.
Betinho tornou-se reconhecido pelo movimento que liderou Ação da Cidadania contra Miséria e Pela Vida, em favor dos pobres e excluídos. Casado com Irles Carvalho e, pela segunda vez, com Maria Nakano. Morreu em 1997 e deixou dois filhos.
Mais frases:

"Muitas reformas se fizeram para dividir a terra, para torná-la de muitos e, quem sabe, até todas as pessoas. Mas isso não aconteceu em todos os lugares. A democracia esbarrou na cerca e se feriu nos seus arames farpados."

"O Brasil tem fome de ética e passa fome em conseqüência da falta de ética na política."